#Plus: O Castelo Animado


Estamos de volta com o #Plus especial do Studio Ghibli, hoje iremos falar sobre o maravilhoso 'O Castelo Animado'.

Esse que é um estúdio oriental, tem todas as suas produções feitas no estilo de anime, mas assim como falamos em nosso podcast e em nossos últimos textos, se você ainda pensa que animação é algo para crianças, temos aqui mais um exemplo para você de como esse seu conceito está totalmente errado.


Se aproveitando desse traço de anime, mas sem trabalhar com a ideia de sexualização da mulher ou com sangue e combates acontecendo frequentemente, o que já diverge de muitas das obras orientais que vemos por aí, ao contrário de tudo isso, essas animações trabalham no imaginário para tratar assuntos delicados e que podem ser consumidos por todos os públicos.


Agora sem mais delongas, vamos ao filme dessa semana:


O Castelo Animado:


Em sua história, somos apresentados à jovem chapeleira Sophie, que vive uma vida monótona em sua cidade até que porventura encontra o poderoso e temido mago chamado de How. Após o encontro, a bruxa das terras … que a procura do mago, enfeitiça a jovem, para conseguir de alguma maneira chegar a How, que se torna uma senhora de 90 anos.


Após se dar conta de que, no dia seguinte, sua aparência ainda está enfeitiçada, a jovem decide partir de sua cidade e em sua jornada, acaba salvando um “espantalho” enfeitiçado, que ao pedido da senhora, trás o castelo de How até ela e lá, embarcam em uma jornada de parceria entre os que ali vivem e de um constante desenvolvimento de autoconhecimento dos personagens. 

Minha experiência ao assistir:


Bem, agora que você já foi brevemente apresentado ao universo desse longa, vamos aos pontos que estão além do que pode ser visto em um olhar mais desatento.


A partir daqui, iremos falar sobre alguns breves spoilers, mas prometo a vocês que me esforcei para não trazer nada que venha prejudicar sua experiência ao assistir.


Algo que é constantemente dito por Sophie, é sua auto-depreciação quanto ao que eles acreditam ser a verdadeira beleza e vemos que isto, acaba somente os machucando psicologicamente e isso é claramente refletido em seu físico.


No caso de Sophie, que está com a aparência de uma idosa, conforme a mesma começa a se aceitar como ela realmente é, vemos os efeitos do mesmo, se amenizando, mas quando ela volta a afirmar que é feia, sua aparência regride. 


Nesse ponto, algo que achei extremamente interessante, foi que alguns dos personagens conseguem ver como Sophie realmente é, sem que venham falar o que a mesma pensa ao seu respeito.

Acredito que isso venha a acontecer pois eles não estão olhando para o exterior de Sophie mas sim para seu coração.


Quanto a How, a beleza física é importante para o mesmo, pois o mesmo nunca conheceu alguém com quem gostasse dele por quem ele era, mas apenas se sentiam atraídos por aquilo que ele tinha para oferecer, como magias e etc.


Isso começa a ser mudado, quando o personagem em um de seus piores momentos, dando forma a sua aparente depressão e ao ver que Sophie ainda assim, se mantém junto a ele, sem se preocupar com o que ele aparenta, mas por quem ele realmente  é, começamos a ter uma mudança notória nas atitudes tomadas pelo mesmo.

Outro assunto extremamente bem desenvolvido, tem relação ao coração.


Caso você fique preso somente ao que é dito durante a narrativa, você ficará bem limitado a mensagem que está sendo transmitida pelos mesmos. 


A história nos  traz o questionamento de para quem nós emprestamos nosso coração? Durante toda a história, vemos o poder que a pessoa ao qual tem nosso coração, tem um forte poder sobre nossas vidas.


Algo que não é tão bem desenvolvido mas nos é mostrado em vários momentos, é a guerra que está acontecendo naquele universo, juntamente a uma crítica a esses assuntos.


A guerra é criticada a todo momento, como algo extremamente egoísta dos governos e que é de total interesse político e não se importa, em nenhum momento, com quem realmente sofre com tais conflitos, algo bem parecido com o que o Studio Ghibli também fez com a animação “Túmulo de Vagalumes”.


Ao fim do filme, fiquei ainda mais surpreso com o talento do Studio em conseguir tratar assuntos como guerras e questões psicológicas / emocionais, se utilizando de um mundo fantasioso e através disso, fazer como os Beatles dizem na música Hey Jude.

“Take a sad song and make it better”

“Pegue uma música triste e torne-a melhor”

Vale lembrar que esse texto foi apenas a minha experiência com o longa, que aconteceu graças a toda a bagagem sociocultural que eu tenho e caso você venha a assistir ao longa, provavelmente terá uma outra visão sobre o mesmo.


Caso tenha ficado interessado em assistir a ‘O Castelo Animado’, ele se encontra dísponivel através da Netflix.



Bem, esse foi apenas um dos textos produzidos para o Pus dessa semana, sendo que uma visão sobre o filme ‘A Viagem de Chihiro’, você pode conferir no Instagram dá O Fabuloso ao qual você pode acessar, clicando aqui.





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