A vitória dos fãs chegou! E não foi nada fácil. Desde 2017, o fãs pediram a versão da Liga da Justiça na visão de Zack Snyder, depois do fiasco que foi aquela versão dirigida por Joss Whedon, que de fato não é um cineasta ruim, mas que foi vÃtima de uma má gestão de produtores.
Agora, temos a chance de saber se o tão famoso "Snyder Cut" é mesmo melhor do que a aquela que vimos em 2017 nos cinemas. Sim, a comparação é inevitável.
E eis aqui a resposta imediata: é muito melhor! E talvez, nem precisaria de 4 horas de duração para provar que é superior.
A trama em si, permanece a mesma. Depois da morte de Superman em Batman vs Superman (2016), o vigilante de Gotham e a Mulher Maravilha iniciam a busca por meta-humanos com o intuito de formar um grupo para defender a Terra de um perigo iminente.
Apesar de ser a mesma história, conseguimos ver como o filme consegue construir sua própria essência, e principalmente, ele sabe o que quer passar para o público. O ponto auto da obra se deve ao fato de dar sentido e coração a seus personagens, ou seja, aqui podemos realmente ver todo o desenvolvimento da Liga de forma totalmente linear com começo, meio e fim. Você consegue perceber que a famÃlia une a história de cada um dos integrantes, e de maneira nada clichê. Porém, no que se refere a relação entre os integrantes da Liga, é algo que chega ser melhor do que a versão anterior, mas ainda assim, se resume em furos de roteiro e alguns diálogos que realmente chegam a ser um pouco forçados (nunca foi o forte de Snyder) principalmente na parte cômica, mas consegue compensar um pouco quando se chega nas cenas de drama e ação contra o antagonista.
Aliás, o antagonismo no longa é algo bem coeso e que realmente consegue intimidar o grupo de super-heróis. Agora temos um vilão com uma roupagem mais imponente, e principalmente com o maior poder que o público espera, a motivação. Mesmo o antagonista ainda sendo o Lobo da Estepe, conseguimos ver agora um personagem mais casca-grossa com mais profundidade e sentido nas suas ações. Temos também a oportunidade de conhecer um pouco de Darkside, o que acaba deixando um gostinho de quero mais.
É claro que precisamos falar do tão famoso Slow Motion do diretor. Nesse longa, é viável dizer que ele abusa um pouco desse recurso, inclusive em momentos que nada agrega para a construção da história, mas não se pode negar que quando acerta é um grandioso acerto . Todavia, estamos falando de um cineasta que ama trabalhar com o aspecto visual, e nisso ele sabe fazer como ninguém, como já provou em toda sua cinematografia.
O formato em 4:3 da tela não chega a ser um incômodo. É claro que é bem perceptÃvel, porém é apenas uma questão de adaptação para o telespectador. A duração de 4 horas é algo questionável, pois claramente o filme se arrasta no inÃcio e no começo do segundo ato, mesmo o filme sendo dividido em capÃtulos, claramente o filme poderia se sustentar bem com um tempo menor.
O ponto chave é mesmo seu terceiro ato, onde tudo se consolida. Vemos realmente tudo aquilo que queremos, cenas impecáveis e a mensagem que traz, de forma simples, mas grandiosa. O epÃlogo em si traz um service que tem boas intenções e que, talvez, a maioria dos fãs curtam, mas para quem se atenta em cinema como um todo percebe que é algo que se desvincula demais dos outros capÃtulos, no sentido técnico, é óbvio.
Liga da Justiça de Zack Snyder é um filme grandioso, não só pela sua duração, mas pela sua trajetória até chegar aqui, e quando chegou, entregou um evento que diverte à todos. Não é uma obra-prima, mas o mundo precisava ver esse corte do diretor, pois acima de tudo traz um ensinamento de vida de que nós temos o poder do "agora" para definir quem nós somos.
"Faça seu próprio futuro. Faça seu próprio passado. É tudo agora" Flash
Nota: 4/5 (ótimo)