Você conhece a história do código que por anos censurou os quadrinhos?

Se você já pesquisou sobre histórias em quadrinhos em algum momento, provavelmente já ouviu o famigerado Comics Code Authority.

Mas você conhece como o mesmo teve origem e um final? Sabe o que foi? Caso sua resposta seja não, ou caso você queira saber mais sobre, embarque conosco em mais essa viagem no tempo no universo nerd.


Durante a chamada “Era de Ouro dos Quadrinhos" , vimos o surgimento de personagens como o Superman e o Batman  que ocorreu durante os anos 1930 e 1950.

Mas como tudo o que faz sucesso na cultura POP, de alguma maneira, incômoda a mídia, governo e algumas outras pessoas que têm algum tipo de influência em suas determinadas épocas, não seria ao contrário com os quadrinhos.


Durante o crescimento da popularidade dos quadrinhos nessa era, muitos educadores tinham a retórica de que o ato de ler tais histórias poderia prejudicar a habilidade de leitura, o gosto de literário e até mesmo viria como uma afronta a autoridade tida pelos professores, visto que as crianças e jovens teriam o poder de escolha do que ler em seus tempo livre.

Junto aos professores, também estavam grupos religiosos, que afirmavam que os quadrinhos possuíam conteúdo imoral, pela presença de personagens mulheres seminus e a “glorificação” de alguns personagens com caráter duvidoso.


Mas tais grupos não tiveram nenhum poder de mudança até que o psiquiatra Dr. Frederic Wertham, que defendia a tese que esse tipo de conteúdo deixaria as crianças mais violentas, visto que elas estavam sendo expostas a histórias de crimes e afins, resolveu entrar verdadeiramente na briga.


No ano de 1953. Dr. Wertham publicou o livro "Sedução dos Inocentes", que descrevia tal indústria como a única e absoluta explicação para o comportamento dos jovens da época que cada vez mais tinham uma vida sexual mais ativa, o aumento da criminalidade e a delinquência.


Todos os argumentos do Dr. Wertham eram embasados em jovens delinquentes tratados pelo psiquiatra, que identificou um fator em comum, que era a leitura de HQ’s por todos esses.


Com tais acusações uma série de processos foram movidos contra as editoras de quadrinhos, o que foi levando a mesma para cada vez mais próxima de um selo regularizador.


Visto toda a situação da humanidade da época, que acabará de passar pela Segunda Guerra Mundial, pela Crise de 1929 e o medo constante do retorno do comunismo e com acusações de tantos lados, uma grande angústia se abateu sobre os mesmos e o “vilão” da vez, foram os quadrinhos.


Foi quando em 1954, foi criado pela Comics Magazine Association of America (CMAA), uma iniciativa privada e logo sem nenhum valor legal, surgiu o Comics Code Authority que mais que regularizou, veio de maneira a censurar os quadrinhos a serem publicados após o mesmo.


Criado com o intuito de  “preservar a infância e juventude do contato com histórias de horror, de apelo sexual, crimes, vícios, adultério e afins“, trazendo assim “histórias saudáveis" e com traços que remetiam à ingenuidade.


Dentre as proibições impostas pelo selo estavam

  • Insinuações sexuais
  • Imagens Violentas
  • Histórias do gênero terror (principalmente as que envolviam seres sobrenaturais)
  • Menções à corrupção
  • E mais


Mas isso não significou o fim de quadrinhos com tais conteúdos, os mesmos apenas começaram a existir de maneira mais underground e uma menor escala, tendo suas publicações quase que independetes.


Tais histórias apenas pararam de aparecer em grandes editoras como era o caso da Marvel e DC Comics.


Vale ressaltar também, que o código não era aplicado ao que era publicado nos jornais, visto que o mesmo tinha o enfoque em “cuidar” do tipo de conteúdo consumido pelas crianças e jovens.


O código veio e bem… só prejudicou as editoras que viram suas vendas de quadrinhos em uma decadência sem fim.


Com as mesmas seguindo o código, a proliferação dos quadrinhos underground e, consequentemente, sua popularidade foram aumentando cada vez mais.


Além do crescimento dessas histórias, juntamente a chegada de mangás a solos norte-americanos, que vinham tratando de assuntos considerados tabus, fortaleceram as "revoltas" tidas pelas editoras.


Foi então, que em 1970 o código foi perdendo suas forças e as histórias que antes haviam sido proibidas ressurgiram e foi onde personagens como Morbius.


Apesar de desde 1970 o mesmo ter perdido forças, foi somente em 2011 que foi verdadeiramente acabado mas seus prejuízos a casa das ideias, como a visão de alguns que associam a leitura de quadrinhos a algo infantil.


Esse foi somente mais uma histórias envolvendo as histórias em quadrinhos. Você conhece a relação da Crise de 1929 e a origem do Superman? Clica aqui para ler sobre essa história.





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