Eternos, o novo longa da Marvel Studios chega aos cinemas hoje (4) e nós já assistimos e te contaremos o que achamos do novo filme de Chloé Zhao.
Dividirei essa review em duas partes, então não se preocupe, essa review não possui quaisquer spoiler que venha estragar sua experiência ao assistir ao filme.
Sinopse:
Os Eternos, seres criados pelos Celestiais, que foram enviados para Terra quando a humanidade começa a surgir na Idade da Pedra e desde sua chegada, os mesmos protegem nossa espécie contra os temÃveis Deviantes, enquanto moldam a história, tecnologias e civilizações através de eras.
Roteiro:
Desde o anúncio da Marvel Studios da produção de um longa de uma equipe de super seres, o grande público se questionava do motivo pelo qual tais seres não intervieram em ocasiões como a da chegada de Thanos na Terra e a dizimação de metade de toda a vida do universo.
Apesar dessa resposta estar nos quadrinhos, era necessário que a explicação para o público que conhece apenas o universo cinematográfico viesse em algum momento do filme, no entanto, havia diversas maneiras de dar tal explicação de maneira sutil e/ou autodidata, mas não foi o caminho escolhido pelos mesmos.
De maneira grotesca, e de certa forma apressada de se explicar, não demora muito para um dos personagens externos a equipe, perguntar “Por que vocês não intervieram ao ataque do Thanos?”
Tal coisa incomoda ainda mais, visto que o roteiro trabalha durante todo o tempo em que um dos Eternos deseja intervir nos conflitos humanos e os mesmos se repreendem pois eles têm ordens de somente intervir quando um Deviante está envolvido.
Bem, mas tal problema no roteiro não é nada se comparado à s piadas que são incluÃdas nos diálogos.
Você pode pensar, “mas piadas já são marcas registradas dos filmes da Marvel”, isso não há como discordar, no entanto, existem momentos corretos de se inserir um alÃvio cômico e esse momento não é durante um momento tenso da narrativa.
As “piadinhas” acontecem de maneira recorrente em momentos extremamente tensos e acabam com todo o clima e você acaba deixando de se importar com o que está ocorrendo e o perigo iminente.
Não posso ser injusto é preciso pontuar que existem certos alÃvios cômicos, colocados em momentos corretos, sem dúvidas tiram algumas risadas e tem dão prazer de consumir.
Os personagens:
O desenvolvimento de personagens é raso e cai nos mesmos erros que Liga da Justiça (2017) caiu e ao qual desagradou tanto o público.
Com a tamanha quantidade de personagens, é algo complicado de desenvolver os mesmos ao ponto de você conhecer e vir a se importar com os mesmos e o filme, apesar de escolher uma protagonista, não profundidade aos personagens.
O casal de eras Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden), não existe quÃmica entre os personagens que ainda tem uma relação extremamente explicada e o verdadeiro sentimento que deveria ser passado pelos mesmos, então quando o filme diz que eles se amam, você se questiona quanto a veracidade do mesmo.
Enquanto isso, a relação de Thena (Angelina Jolie) e Gilgamesh (Ma Dong-seok) é bem aproveitada e você consegue ter empatia pelo que os dois personagens passam durante a trama.
A personagem Ajak, interpretada por Salma Hayek, não demonstra estar confortável em seu papel ou mesmo em seu figurino e isso fica explÃcito na tela.
Já a amizade de Kingo (Kumail Nanjiani) e seu mordomo Karun (Harish Patel) , trazem a leveza e naturalidade que todas as demais relações não possuem.
O celestial Arishem, que deveria trazer todo o peso que uma entidade cósmica imponente deveria trazer, vem apenas com aparições que beiram ao trivial e não faz juz aos quadrinhos de Jack Kirby.
E o ponto mais fraco de todos os personagens, os grandes vilões do longa, os Deviantes, são mal aproveitados servindo apenas para preencher espaço e servir como saco de pancadas.
Quando enfim seu lÃder Kro, que quase não tem tempo de tela, começa a crescer, o mesmo é desperdiçado e descartado no inÃcio de seu crescimento como personagem.
Todo esse potencial desperdiçado dos personagens ficam ainda mais escancarados, quando a concorrência a pouco tempo lançou Esquadrão Suicida que entende bem seus personagens, conseguindo trazer um bom desenvolvimento e tempo de tela equilibrado para todos.
Fotografia:
Se existe algo digno de ser apreciado neste longa, é a fotografia do longa que agradará até os mais exigentes.
Deixando um pouco dos cenários artificiais e indo para locações reais e captando toda a beleza do ambiente, Chloé Zhao nos apresenta um verdadeiro espetáculo de direção de fotografia.
Tempo de duração:
Como já citei anteriormente, existem vários problemas quando o assunto é o roteiro do longa, mas nada se compara a maneira que a história é contada.
Com duração de 2h 37min, sendo o segundo filme mais longo do MCU (atrás apenas de Vingadores Ultimato), aqui você sentirá o tempo do longa se passando e quão doloroso é ver uma história arrastada como essa.
Em conversas com amigos aqui do POP Cat eu já havia dito que a impressão que eu tinha com os trailers era que Zhao não havia entendido ou não estava sabendo transcrever Os Eternos para o cinema e infelizmente, ao assistir ao filme eu saà com essa certeza.
Quando penso em Eternos, penso em toda a mitologia do universo Marvel e sua criação ao qual é extremamente ligada aos celestiais e vi aqui, um potencial extremamente desperdiçado em um roteiro mal desenvolvido e arrastado.
Ao fim do filme, ver a mensagem “Os Eternos voltarão” não empolga e te deixa receoso pelo futuro que esses personagens seguirão no MCU.
Então sim, respondendo a pergunta do tÃtulo não entrega um boa experiência, apesar do elenco e direção de peso, mereceu as baixas notas recebidas.