Plus: Tales from Earthsea



Após um breve hiato no #Plus, nós estamos de volta para falar sobre um dos estúdios de animação mais bem aclamados da indústria e se você pensou no Studio Ghibli, bem, você acertou!


Esse que é um estúdio oriental, tem todas as suas produções feitas no estilo de anime, mas assim como falamos em nosso podcast e em nosso último texto, se você ainda pensa que animação é algo para crianças, temos aqui mais um exemplo para você de como está totalmente errado.


Se aproveitando desse traço de anime, mas sem trabalhar com a ideia de sexualização da mulher ou com sangue e combates acontecendo frequentemente, o que já diverge de muitas das obras orientais que vemos por aí, ao contrário de tudo isso, essas animações trabalham no imaginário para tratar assuntos difíceis de serem falados.


Agora sem mais delongas, vamos ao filme dessa semana:


Tales from Earthsea ou Contos de Terramar


A histÅ•oia nos apresenta o Arquimago Ged, que tem a percepção de que o mundo está começando a sofrer um desequilíbrio e em sua jornada para entender o que está acontecendo, ele conhece o jovem príncipe Arren, que está perturbado e fugindo de sua terra natal e que afirma ser perseguido por uma sombra. Juntos ambos partem em uma jornada de autoconhecimento, de se aceitar e entender o desequilíbrio ao qual afeta seu mundo. 


Agora que você já sabe do que se trata este mundo, vamos aos assuntos abordados por essa obra e agora iremos começar a ter alguns spoliers, mas nada que venha estragar sua experiência.

A Depressão

Caso você já tenha passado ou passado pela depressão, você sem dúvidas irá se identificar com o personagem Arren.

Este é um jovem que é descrito como alguém que se encontrou totalmente a escuridão e vive amargurado, seu medo e sua tristeza são tamanhas, que levou o mesmo a assassinar o seu pai (isso acontece nos primeiros minutos do filme, não se preocupe).


Durante toda a história vemos um personagem que já não vê mais sentido em sua vida e diz que não se preocupa em morrer, mas tem grande medo de que ele deixe essa vida e mesmo que ele não assuma, uma constante procura em poder ter um motivo para se manter ali.


Tudo isso começa a melhorar, quando o personagem entende o que está se passando com ele e é cercado por pessoas que se importam e apoiam. 


Além disso, quando ele deixa de fugir de seus medos e sua escuridão, mas sim os enfrentar, conseguimos ver uma clara mudança na aura do personagem. 


Sua Autoaceitação 


Outra personagem de extrema importância é a Therru, que nos é apresentada como alguém que foi abusada, queimada no rosto e logo após foi abandonada por seus pais.


Enquanto a jornada de Arren era para vencer sua depressão, a de Therru é uma busca por voltar a confiar nas pessoas e também se aceitar depois das tragédias que a cercaram desde sua infância.


Graças ao sua amizade que é gerada meio que a força com Arren, conseguimos ver a personagem se livrando do seu passado aos poucos e por fim se tornando quem ela verdadeiramente é.


A Escravidão


É algo brevemente abordado no início da animação mas pouco explorada, dando até o sentimento de abandono da ideia conforme o desenvolver da narrativa, mas que apesar disso é significante para demonstrar o sentimento de desvalor dos personagens sentem e que é passado para terceiros ao ponto destes os sujeitarem a escravidão.


O poder exercido sobre aqueles que nos conhecem


A magia desse mundo nos é apresentada como sendo algo possível de ser usada caso se saiba o verdadeiro nome daquilo ao qual você deseja ter algum tipo de controle. Essa regra é aplicada a objetos, forças da natureza e para pessoas.


Nesse mundo, as pessoas não contam seus verdadeiros nomes uma as outras, justamente por isso permitir que a pessoa que o saiba, tenha o poder de grande influência sobre você.


Esse foi um ponto que muito chamou minha atenção! Pois me passou a idéia de que: se a pessoa passa a ter o conhecimento de seu nome, então ela verdadeiramente te conhece, ao menos nesse universo.


Traçando um paralelo para com a nossa realidade, quando pessoas realmente nos conhecem, elas têm o poder de grande influência sobre nós e então, com o exemplo que nos é passado nessa animação, tenha cuidado para com quem você realmente se abre, para quem você diz o seu “verdadeiro nome”, pois elas podem te influenciar positivamente e negativamente.


Para ambos os casos, temos exemplos nessa obra do Studio Ghibli ao qual eu tiro como maior exemplo o poder da escolha sobre quem daremos o poder da influência sobre nós.


Bem, esse foi apenas um dos textos produzidos para o Pus dessa semana, sendo que uma visão sobre o filme ‘O Túmulo dos Vagalumes’, você pode conferir no Instagram da O Fabuloso ao qual você pode acessar, clicando aqui.





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