Aqui temos uma grata surpresa de 2020 e que está presente no Oscar 2021 em 5 categorias! Está concorrendo em: melhor roteiro original, diretor, atriz coadjuvante, ator e filme.
Minari: Em Busca da Felicidade se passa nos anos 80 e segue uma família coreana que busca se adaptar em uma vida rural no sudeste dos Estados Unidos.
O roteiro e a direção é de Lee Isaac Chung, ele retrata um momento pessoal de sua vida durante o todo o filme. Uma das coisas que mais chama a atenção, é que o longa traz um drama que não é pesado de assistir. Além do drama, você tem uma pitada de tensão que te deixa mais vidrado e também tem momentos de humor leve. Inclusive, tem um momento do longa que te faz dar uma boa risada, se você não rir/riu pode procurar seu coração, pois você não tem.
Interessante notar, que mesmo o filme tendo essas boas oscilações, tudo age em prol do desenvolvimento dos personagens e da narrativa. Você logo compreende toda a dificuldade de uma família coreana que tenta sobreviver na América e começa a se apegar com ela, tudo isso por conta de situações que leva os integrantes a terem diálogos fortes, e ao mesmo tempo, humanos. Os personagens vão se desenvolvendo juntos, a relação entre eles acontece de forma orgânica, sem precisar de vários acontecimentos impactantes, o filme trabalha com o sentimento.
Vale mencionar a atuação da Yuh-Jung Youn, que interpreta a avó da família, que atuação fantástica! Ela consegue elevar o filme em todas as cenas em que ela se encontra, é um exemplo de coadjuvante, que contribui para a narrativa e que alavanca os personagens.
Outro destaque é o filho mais novo, interpretado por Alan Kim. Ele é outro coadjuvante que tem peso e te traz toda a essência do filme com momentos interessantes. Porém, podia ter explorado mais a visão de mundo da criança, algo que feito da maneira certa, seria benéfico para a obra. Mas, a relação entre a avó e o neto é uma das coisas mais bonitas de se ver em um filme, digna de aplausos!
Minari é uma planta comestível e que faz muito bem para saúde, e traz, em uma palavra, a essência do filme. Assim como a planta, é preciso criarmos raízes para ser uma família saudável, as raízes podem ser compreendidas como pontos que o próprio filme traz: fé, amor, esperança, dedicação e dificuldade.
Momentos de dificuldade é aonde pode haver mais fortalecimento nas relações, e assim, chegar na felicidade. Mas, o filme nos mostra que, para se chegar na felicidade é preciso saber o que é, se trata de algo relativo. Aqui, a felicidade é a própria família! E para você?
Ainda que não tenha uma fotografia ou uma trilha sonora de alto nível, Minari é um filme para aquecer o coração, altamente sensível e que traz uma humanidade que é difícil de ver em outros filmes por aí.
É favorito para levar o Oscar de melhor atriz protagonista.
Nota: 4,2/10 (ótimo)